Estudantes invadiram na tarde de ontem, 3, a sede da reitoria da Universidade Federal do Maranhão (Ufma). Cerca de 80 pessoas (segundo os próprios alunos) estão acampadas dentro da reitoria em protesto contra a mudança no horário das aulas. A medida do reitor, Natalino Salgado, tenta alterar a entrada na classe da manhã de 8h para 7h e, da tarde, de 14h para às 13h.
Sendo assim, os estudantes se sentindo prejudicados com as novas mudanças impostas pela direção da universidade, decidiram por ocupar a reitoria, uma forma de contestar e evitar a alteração, além da falta de estrutura da universidade. De acordo com eles, quem estuda, dá aula ou trabalha na Ufma nos dois turnos, por exemplo, teria assim no máximo 10 minutos para almoçar, uma vez que a medida de flexibilização dos horários surgiu em razão da criação de novas vagas com o Reuni. No entanto, para isso não existem salas de aula suficientes e nem estrutura para comportar.
A votação que poderia consolidar a proposta do reitor - que ocorreria na manhã de ontem, no Palácio Cristo Rei, sede da Reitoria da Ufma -, foi cancelada para uma data ainda a ser marcada. Quem está à frente do protesto é o movimento Conlutas (segmento ligado ao PSOL, PSTU, e sindicatos); estudantes independentes; coletivo "Barricadas Abrem Caminhos" de estudantes da Ufma (que faz oposição ao atual DCE) e ainda da Apruma (Associação de Professores da Universidade).
A reitoria enviou convocatória para a reunião do conselho de Ensino Pesquisa e Extensão (Consepe), que aconteceria ontem no Cristo Rei. Nela [convocatória], segundo os alunos, a resolução que implicava nas mudanças dos horários já estava previamente aprovada, sendo que no Consepe ocorreria apenas uma espécie de comunicado.
"Se fosse pra votação, seria aprovado, pois a maioria esmagadora dos conselheiros são atrelados à reitoria, a atual gestão tem feito muito disso: aprovar sem debater com a comunidade acadêmica. Portanto, pretendemos ocupar a reitoria até quando pelo menos se delibere uma reunião, uma conversa com o reitor para que possamos chegar a um acordo", disse Camila Chaves, 21 anos, estudante de Comunicação Social e membro da Executiva do curso.
A ocupação reivindica também o cumprimento dos acordos feitos em juízo na última ocupação, em 2007, que incluem a ampliação do restaurante universitário (RU), o aumento gradual do número de bolsas até atingir a gratuidade e a entrega da casa de estudantes que estava sendo construída no campus e que tinha previsão para ser entregue em novembro daquele ano.
Fonte: www.jornalpequeno.com.br