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Dirigentes exigem empregos qualificados durante o 1º de Maio Unificado



 

O ato do 1º de Maio Unificado, em São Paulo, foi marcado pela grande festa que reuniu milhões de trabalhadores e trabalhadoras, mas quem esteve na Praça Campo de Bagatalle também ouviu dos dirigentes sindicais uma série de questionamentos a respeito do atual cenário brasileiro. Para os cetebistas presentes ao evento, o tema da desindustrialização e dos empregos qualificados esteve na pauta do dia.

 

Os protestos contra a desindustrialização foram uma continuidade ao movimento Grito de Alerta, colocado nas ruas ao longo dos últimos meses em diversas regiões do país, por iniciativa da CTB, das demais centrais sindicais e de parte do empresariado produtivo. Trabalhadores e lideranças patronais se uniram por essa bandeira, a fim de gerar um debate e exigir do governo mudanças que estimulem o surgimento de empregos de qualidade.


“O 1º de Maio surgiu com os trabalhadores protestando e exigindo a redução da jornada de trabalho. Mais de um século depois, os trabalhadores continuam utilizando o seu dia para levantar as suas bandeiras de reivindicações. Este ano, o que nós estamos chamando de desindustrialização na verdade é a bandeira do emprego com qualidade, pois entendemos que se a economia não funcionar, o parque industrial poderá fechar e os empregos irão desaparecer”, explicou o secretário de Imprensa e Comunicação da CTB, Eduardo Navarro.

 

Para tanto, a CTB e as centrais sindicais vêm insistindo na necessidade de mudanças na política macroeconômica nacional. O 1º de Maio Unificado, nesse sentido, é mais uma demonstração de força do movimento sindical organizado. “A unidade das centrais é importante e a prova do acerto dessa união é que nós já conquistamos juntos varias questões. Agora estamos nessa verdadeira cruzada  para o Brasil se desenvolver e gerar emprego, gerar salários melhores. Para isso, é preciso mudar a política macroeconômica, baixar os juros, mudar o câmbio. Um ato deste tamanho evidentemente contribui para isso. Esperamos que o nosso país mude sua política econômica para que possamos ser uma nação grande e desenvolvida”, defendeu o presidente da CTB, Wagner Gomes.


Unidade e outras bandeiras


Para a secretária da Mulher Trabalhadora do CTB, Raimunda Gomes, as centrais demonstraram, mais uma vez neste ano, que a luta da classe trabalhadora deve ter a unidade como premissa. “Para quem não acreditava que nossa unidade era pra valer, mostramos que a saída contra a crise e o processo de retomada do crescimento passam por essa união”, destacou  a dirigente, conhecida por todos como Doquinha.

 

Além da questão sobre a desindustrialização, dirigentes também cobraram do governo federal outros avanços para a classe trabalhadora. Onofre Gonçalves, presidente da CTB-SP, expôs uma lista de bandeira de lutas. “Temos motivos para comemorar em grande estilo o Dia do Trabalhador, mas hoje também é o dia de lembrarmos que temos bandeiras de lutas como a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais (sem redução de salários) e o fim do fator previdenciário, ambas importantíssimas para o projeto de país pelo qual lutamos”, afirmou.

 


Resposta positiva


Ao longo do ato, diversos dirigentes destacaram o discurso feito pela presidenta Dilma Rousseff no dia anterior, em cadeia nacional de rádio e TV, por conta do 1º de Maio. Na ocasião, ela cobrou de forma enfática uma nova postura dos bancos privados do país – bandeira defendida pelas centrais há tempos.



Em consequência, durante o ato desta terça-feira, o secretário-geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, ressaltou que Dilma está ao lado dos trabalhadores em sua luta pelo fortalecimento da indústria nacional. “Enquanto na Europa os trabalhadores foram às ruas no dia de hoje para protestar contra o desemprego, aqui temos como discutir mais direitos [...]. Nesse sentido, o pronunciamento da presidenta deixou claro que o governo estará ao lado dos trabalhadores em defesa da indústria nacional, fortalecendo o mercado interno e gerando mais postos de trabalho”, destacou o ministro. 

Fonte: Portal CTB



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