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Aprovados no Sisu são impedidos de fazer matrícula por grevistas da Ufma


POR VALQUÍRIA FERREIRA

Cerca de 1.700 alunos aprovados pelo Sistema de Seleção Unificada (Sisu), para estudar na Universidade Federal do Maranhão (Ufma), foram impedidos fazer suas inscrições, por técnicos administrativos. Na manhã de ontem (6), cerca de 500 alunos protestaram contra a atitude dos grevistas, mas não conseguiram efetuar as inscrições para o segundo semestre, deste ano.

Segundo Mariano Azevedo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau no Estado do Maranhão (Sintema), as inscrições foram inviabilizadas pelo movimento grevista para pressionar o governo a aceitar a proposta dos técnicos administrativos. “Queremos pressionar o governo federal a aceitar nossa proposta de realizar concursos públicos para nossa categoria, aplicar 10% do Produto Interno Bruto (PIB), conceder reajuste salarial conforme o plano de cargos e carreira, e tornar o piso salário de três salários mínimos para nossa categoria”, relatou.

 

A ação dos grevistas prejudicou centenas de alunos que foram à Ufma realizar a matrícula ou assinar a ata de presença. De acordo com o edital nº 115/2012, emitido pela Pró-reitoria de Ensino da Ufma, 896 novos alunos devem fazer as matrículas nos dias 6 e 7, deste mês, já os excedentes e estudantes que pretendem fazer transferência interna de curso devem assinar a lista de presença no mesmo período. “Fico preocupada, porque a gente passa no curso e não pode fazer a matrícula para estudar. Estou me sentindo impedida de usufruir algo que consegui com tanto esforço”, contou Talita Avelar, de 24 anos, aprovada no Curso de Filosofia.

Larisse Brito, de 25 anos, viajou de Goiânia (GO), para assinar a ata de frequência do Curso de Medicina, mas não conseguiu. “Cheguei às 7h30 e vou ficar o tempo que for necessário para assinar a ata. Quando cheguei, recebi a notícia de que não podia fazer a matrícula, por causa da greve, e que uma reunião a ser realizada em Brasília vai dizer quando vou poder assinar a ata”, disse.

Alguns estudantes ficaram revoltados com a situação; porém, mesmo assim, permaneceram até o fim da tarde para tentar exercer o direito de efetuar a matrícula. “Cheguei à Ufma pela manhã e até agora, no início da tarde, não recebemos posicionamento da Universidade. Considero uma falta de respeito, estarmos sendo impedidos de ter acesso aos nossos direitos pelos próprios funcionários. A Universidade nem colocou uma nota no site para nos informar”, disse a estudante Gleice Yara Costa Aragão, de 20 anos, aprovada para o Curso de Serviço Social.

“Pensei que era mais um dia normal, onde eu poderia fazer minha matrícula. Não somos contra o direito dos grevistas, eles é que estão contra o nosso direito. Tenho medo de o semestre começar atrasado e prejudicar todos os novos alunos”, contou Camila Assunção Andrade, de 21 anos, aprovada em Psicologia. Carlos Eduardo Dias dos Santos, 21, está de férias e viajou do município de Buriticupu para assinar a lista de transferência do Curso de Enfermagem para Odontologia. “O jeito é ficar aqui até conseguir assinar a ata”, falou.

O presidente do Sintema, Mariano Azevedo, afirmou que o ato dos técnicos administrativos não vai prejudicar os novos alunos. “Não haverá prejuízo para os alunos aprovados, eles vão ter todos os direitos garantidos, mas vão pode fazer suas inscrições somente após a greve”, declarou.

O Ministério do Planejamento agendou para o fim da tarde de ontem, uma reunião com os secretários da ministra Miriam Belchior junto com representantes dos técnicos administrativos, para negociar e tentar dar fim ao movimento. Dependendo das negociações, os novos alunos vão ser impedidos de fazerem as matriculas hoje (7). A Ufma aderiu à greve no dia 21 de maio.

A assessoria de comunicação da Universidade Federal do Maranhão divulgou uma nota no site da instituição (www.ufma.br), informando que o reitor Natalino Salgado Filho, assim que soube da situação, entrou em contato com o Ministério da Educação para que as negociações com a categoria sejam reabertas e o processo de matrícula possa ser realizado. E que o reitor se reúne com o comando de greve para se posicionar a respeito da situação. “Ele ressaltou que entende e respeita o movimento, mas não é a favor da suspensão das matrículas por causa dos prejuízos que decisões dessa natureza causam à Sociedade Civil”, diz a nota oficial.

Fonte: Jornal Pequeno



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